sexta-feira, 18 de maio de 2007

peço lhe perdão
por não conseguir
de fato existir
sem tua paixão

esgoto-me para mudar
destino perverso e cruel
sem ensaio interpretar
o mais difícil papel

e ainda co-dirigir
a mais subversiva peça
toda dor suprimir
enquanto tiver pressa

trânsito dos astros
que hoje me enlouquece
em breve favoresse
o andar dos meu passos

até lá sou eu
quem a cara esconde



se a ti constrange
uns poucos versos
que passam pelo filtro
da minha vergonha

imagina ter noção
das frases brutas
que me brotam
ainda cruas

adequar-me-ei a forma
untada em lágrimas
para ao esquentar
não grudar

prepotência minha
já escolhi o programa
ainda quero escolher
o método

não que minha situação
não me permitisse
ainda guardo em libra
minha vênus

recolho a minha ínfima
e distante posição
incompreendido como nunca
rejeitado como de costume

questiono-me acerca de decisões tomadas
teria me precipitado?
como havia de constriuir
algo de normal
com gente tão superior?
como havia de passar
pelo crivo do cotidiano?

não gosto de forçar um poema
de espreme-lo do cérebro
até que escorra pro papel
mais este foi o contrário
ele que debatia-se em minha cabeça
matutando um incessante escreva-me
perturbava-me como uma paixao a florescer

vou sumir denovo
para refazer o censo
dos que sentem minha falta
e queria em vez de voltar
convida-los para onde estarei



erro
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