não sirvo para ser no singular
degenero-me a cada segundo
que passo na ausência
de tua compania
como tão poucas palavras
num comentário tão simples
que rejuvenece me movendo
enchendo de esperanças
(não só na poesia)
podem tanto significar?
achava que seria um outro
desperdício, um vão esforço
mas vejo que aos poucos
a semente germina
se indignando
por termos na lua
a mesma debilidade
entendendo o outro lado
aprendo pela pedra
dura pena que sentenciei
a outras no passado
amores que sequer liguei
declaravam-se loucas
e eu nem as ouvia
arrependo-me de poucas
diferença não fazia
reconheço ter errado
em suma ter no mínimo
cometido equívocos
deveria ter dado chances
para que elas nunca me fossem negadas
será que todas mereceriam?
e eu? será que mereço?
e o mérito? para que há afinal?
se julgas os teus como julgo as minhas
estou fudido
primeira vez
primeira vez que te vi
tava dando uma pressão
tão neurótica que
nem me lembro de ti
não lembro de nada do que era
só que muito me atraiu
e morro hoje
com essa eterna intriga
não sei dizer se me apaixonei
na verdade não sei nem
se assim mesmo foi
só sei que era interessante
o suficiente para
perturbar meu juízo até hoje
tanto que te eternizo
ó musa desconhecida
na transitoriedade de meu verso
queria ser a lágrima
que escorre rasgando
a ultima seda
sem desperdício
me poe entre
continuar o poema
ou aperta-lo
não levantaria
para pegar outra
nem que não tivesse
de correr o risco
de te acordar
ou de chorar
novamente
ao te ver
queria ser o verso da folha
do mesmo poema
o nosso
mas não leria
o final da história
para não perder
o poder de não saber
e muda-la
relato do inédito
caramba, nunca havia um dia na vida sentido duas emoções tão fortes, tão distintas e tão opostas. uma se tornando mais intensa que a outra, como que numa disputa, oscilantes viradas e desviradas da balança que duraram um imenso corredor.
sentia alegria mais profunda, sincera e gratificante do universo, pois quem mais amo ao meu lado me conta a realização, eufórica, da maravilha performática que presenciei com orgulho.
mas ao mesmo tempo senti o indescritível vazio que se escondia por tráz de tão pura alegria, o lamento de não me deixar te recompensar a altura. desgasto-me afastando de ti a energia estranha que é liberada quando por respeito me contenho nas frequêntes e extremas vontades que tenho de te arrancar de onde está e te levar as alturas. se hoje ainda consigo chorar é porque cada dia me apaixono mais, por ti e por tua criação que me inspira em todos sentidos e a todos os momentos de minha vida.
poema de merda
adormeço com idéias
que faço em sonho
digestão
acordo na certeza
de o que defeco
não apodrece
quinta-feira, 17 de maio de 2007
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