terça-feira, 15 de maio de 2007

0,25

fração nenhuma contempla
a angustia
lembranças não bastam
os pés já são bem maiores

multiplos pólos
só existem
pelo equilíbrio
e dos opostos

perfeição desfila na minha frente
me exigindo postura
poema nenhum ameniza meu pulso
sem compasso e latejante

conto as horas para o dia
em que já não mais aguentarei
responsabilizarei o acaso

enquanto a utopia permanecer perdida
quero nunca me orgulhar de estar sozinho



em tempos onde era mais fácil
ser fútil e oportunista
permaneço quietamente alinhado

quando poderia me juntar a nobreza
dar meus inimigos de comer aos leões
mas não cometo tal fraqueza

minha essência não está a negócio
não há preço nesse mundo que a pague
não há troca que a supere
nem por múltipla quantidade

se me vender é porque estou
já convencido do contrário
e terei respostas vivas
como sempre tive
para cada pergunta
que houver em mim


não tema em pedir
sabe que por ti
farei sempre mais
e melhor
do que antes
pois teu agrado
muito me agrada
teu sorriso
a tudo compensa
teu agradecimento
me glorifica
e o enlace de nossos desejos
se encontra muito além
do infinito

2 comentários:

j disse...

é isso mesmo, filho. poema não ameniza porra nenhuma mesmo, nem estanca.

poema escancara, arregaça, jorra. o caminho é esse, por isso vc escreve bem. porque sente. porque emociona(-se).

parabéns, arthur.

Arthur Souza disse...

lisonjeadamente perplexo com a capacidade de suas palavras me tocarem... eternamente agradecido