sábado, 12 de maio de 2007

inspiro-me
até na bad do bright
aspiro na ultima dose a certeza de sempre
nunca mais querer
e retorno a fonte
acompanhada
da ilusão que poderia
ao menos se esforçar
assemelhar-se crua a realidade
volto me abstendo
quase que cerceando
mais sem um pingo de contestação
ao chegar o pouco acaba
se esgota tão rápido
entope-me de sensações
muitas não sentidas
poucas sem sentido
e fica algo no ar
como um silêncio súbito
algo faltando
porem a vontade
é de não querer nada
e enfim nada faço
aguardo breve momento
incontestavelmente superior


achavam que sempre fazia
como que premeditado
mais tudo que viram
foi só minha impulsividade
diferença entre intenção e gesto
só existe aos olhos do agente
quando voltar viver plena convicção
arrebatarei as trevas do abismo
as banirei novamente
de volta a sua podre origem
para que nunca mais retornem
soerguerei dentre brumas
exaltado pela inércia da entropia
e sem uma mácula sequer


mil novecentos e noventa e nove
era o pagão sectário
que achava que o monoteísmo falhava
por não explicar o todo sendo um pela sua diversidade
ria de tantos cegos absurdos
que concebiam uma trindade sem seu par
e ao degladiarem-se pela verdade
sentem-se libertos da própria jaula
estou de volta
bem menos sectário
pois o antes o hoje e o depois
estão encapsulados no agora
ainda que nunca encontrem
sempre serei


aquele torpor que me nutre e sustenta
já não mais me cala nem ao menos tenta,
se esforça talvez mais enfim não agüenta
recolhe-se ao léu, e de forma bem lenta.

louco é o que esbanja desta castidade
Não tarda por ver sua vida vazia
Se esquece dos que lhe forjaram a verdade
Verdade que não saberás outro dia

percebe que a insana palavra sombria,
Preso as próprias normas sem mesmo lembrar
As tramas que um dia ousava reinar
Em terras de quem tinha olhos não via

portanto
quando pensar em trazer suas pragas aos ares
de uma vez ou em partes
sem pensar em seus pares
só em si e mais ninguém, esconda-se do próprio erro tornando-o segredo
pelo desespero
de olhar ao espelho
e se ver por traz
sem mais
incapaz